terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Completamente louca


Era mais uma sexta feira fria, de inverno. 

Ultimamente tornou-se rotina juntar os amigos à volta de uma mesa, comer, beber, rir, jogar às cartas e criar memórias. Tudo igual a tantos outros jantares, apenas uma única diferença, ele está sentado na outra ponta da mesa ao pé dos nossos amigos. Sinto-me envergonhada por ter ido ter com ele no início da semana e ele me ter tratado de forma tão ordinária, por lhe ter mandado mais uma mensagem a mendigar a atenção e o amor dele. Mal lhe consigo olhar nos olhos, sento-me na outra ala da mesa, junto aos restantes elementos do grupo. Toda eu tremia não sei se de frio se de nervos, levantei-me para ir buscar mais uma rodada para nós e dei por ele a fixar os olhos em mim, uma troca de olhares intensa... Como é que pode ser possível? Na segunda não me dirigiu um único olhar e agora esta troca de olhares?!

Acabamos a noite a jogar às cartas com mais dois amigos, lado a lado, as nossas pernas entrelaçadas, os olhares, os toques de baixo da mesa... isto é real eu não estou a imaginar. 

Por volta das 4h da manhã decidimos ir embora, cada qual para a sua casa, mal ele entra no carro mando-lhe mensagem a marcar um encontro só nosso. A outra rapariga entra no meu carro para a deixar em casa e diz-me: "É mutuo, o que sentes por ele, ele sente por ti. A maneira como ele te olha... ele ainda sente alguma coisa por ti."

Deixei-a em casa e fui ter com ele e a neura com que me tinha deixado na segunda desapareceu e no seu lugar um sorriso e orelha a orelha. Antes de nos despedir-mos ele segreda-me ao ouvido "És louca!"

Pois sou, louca por ti, porque apesar de tudo continuo a gostar de ti de uma forma inexplicável, porque fazes de mim a outra, a das horas vagas e essas migalhas da tua atenção deixam-me estupidamente feliz!

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